Leitura realizada
em Maio de 2007.
GIANNETTI, Eduardo. Auto-engano. São Paulo: Companhia das Letras, 2005 (1997)
Trata-se de um
texto originalmente editado em 1997. Mas
muito atual para nosso momento...
O autor se propõe a
explicar as bases biológicas e sociais do auto-engano (o indivíduo que admite
uma mentira para si mesmo ou uma deformação da realidade). O engano é comum a
todos e, portanto, nos inclui -- bem como ato de enganar os outros,
conscientemente ou não. O que faz com que nos auto-enganemos também. Mas o
auto-engano é ruim? Queremos enganar, a fim de sobreviver. Mas também nos
enganamos para nos proteger. Há bases biológicas e sociais para o auto-engano,
segundo Giannetti. Ocorre que o auto-engano não tem implicações apenas na vida
pessoal, mas também na vida pública. As considerações e reflexões do autor
levam em conta estes dois aspectos. E ao fim o que se busca é uma conciliação
destes, um modo intersubjetivo de lidar com esse problema. Mas a questão está
apenas proposta, segundo o próprio autor.
Comentário.
É realmente preciso
buscar uma conciliação? Ou um arranjo conciliador? para nossas vidas privadas e
públicas. Não poderíamos, ao assumir o auto-engano? que isso seja uma
contradição permanente? Ou talvez deveríamos pensar que exista mesmo estes dois
momentos: conciliação-contradição, e assim por diante...
O autor é um
liberal. Como tal ele acredita em um resultado de meio termo e conciliador,
onde a liberdade e a justiça estariam satisfeitas. Trata-se de um bom estudo
sobre o auto-engano. Não precisamos concordar com as conclusões, mas realmente
é uma investigação boa, honesta e interessante. Não leva em conta a não-verdade (mentira) em si. Mas apenas O engano.
Um trabalho que se
poderia realizar com este texto é o seguinte: como fazer emergir, de nós mesmos
-- e tomando consciência -- o
auto-engano? E como tornar isso um modo de obter alteridade? interação? e quem
sabe alguma conciliação...
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