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quarta-feira, 7 de setembro de 2022

AUTOENGANO.


 



Leitura realizada em Maio de 2007.

GIANNETTI, Eduardo. Auto-engano. São Paulo: Companhia das Letras, 2005 (1997)


Trata-se de um texto originalmente editado em 1997.  Mas muito atual para nosso momento...

O autor se propõe a explicar as bases biológicas e sociais do auto-engano (o indivíduo que admite uma mentira para si mesmo ou uma deformação da realidade). O engano é comum a todos e, portanto, nos inclui -- bem como ato de enganar os outros, conscientemente ou não. O que faz com que nos auto-enganemos também. Mas o auto-engano é ruim? Queremos enganar, a fim de sobreviver. Mas também nos enganamos para nos proteger. Há bases biológicas e sociais para o auto-engano, segundo Giannetti. Ocorre que o auto-engano não tem implicações apenas na vida pessoal, mas também na vida pública. As considerações e reflexões do autor levam em conta estes dois aspectos. E ao fim o que se busca é uma conciliação destes, um modo intersubjetivo de lidar com esse problema. Mas a questão está apenas proposta, segundo o próprio autor.

 

  

Comentário.

É realmente preciso buscar uma conciliação? Ou um arranjo conciliador? para nossas vidas privadas e públicas. Não poderíamos, ao assumir o auto-engano? que isso seja uma contradição permanente? Ou talvez deveríamos pensar que exista mesmo estes dois momentos: conciliação-contradição, e assim por diante...

O autor é um liberal. Como tal ele acredita em um resultado de meio termo e conciliador, onde a liberdade e a justiça estariam satisfeitas. Trata-se de um bom estudo sobre o auto-engano. Não precisamos concordar com as conclusões, mas realmente é uma investigação boa, honesta e interessante. Não leva em conta a não-verdade (mentira) em si. Mas apenas O engano. 

Um trabalho que se poderia realizar com este texto é o seguinte: como fazer emergir, de nós mesmos --  e tomando consciência -- o auto-engano? E como tornar isso um modo de obter alteridade? interação? e quem sabe alguma conciliação...


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