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quinta-feira, 31 de dezembro de 2020

Regras da comida. Por Michel Pollan. Resenha

Se comer ficou uma coisa bem complicada, então Michael Pollan −̶ aproveitando-se de toda sua experiência investigativa na área −̶ lista suas "regras" para uma alimentação saudável.

São sessenta e quatro regras ao todo, sempre indicando uma alimentação que vai em direção ao mais natural (dentro do possível) e menos, muito menos, em direção ao processado.

A indústria da alimentação vende a ideia de nutrição em vez da de alimentação. Ora, coma comida, diz Pollan. Especialmente vegetais não vendidos em pacotes ou qualquer tipo de embalagem industrial.

O livro é didaticamente divertido e altamente pedagógico no que diz respeito ao assunto.

 

Por exemplo, a regra que diz:

 

"Não coma nada que sua avó não reconheceria como comida."

 

Resume bem o que livro tenta nos transmitir:

"Imagine sua avó (ou bisavó, dependendo de sua idade) a seu lado enquanto você empurra o carrinho pelos corredores do supermercado. Vocês estão em frente à gôndola de laticínios. Ela pega um pacote de tubos de iogurte Go-GURT – e não tem a menor ideia do que poderia ser aquele cilindro plástico de gel colorido e aromatizado. É comida ou pasta de dente? Hoje há nos supermercados milhares de produtos com algum ar de comida, que nossos ancestrais simplesmente não reconheceriam como comida. As razões para evitar esses produtos alimentícios complicados são muitas, e vão além dos vários aditivos químicos e derivados de milho e de soja que eles contêm, ou dos plásticos em que normalmente são embalados, alguns provavelmente tóxicos."

 

Como agora sabemos, a indústria de alimentos processados abusa do sal, açúcar e gorduras. A regra geral é que se evite todo alimento processado, nada que tenha passado por alguma etapa industrial. É preciso um certo cuidado ao escolher. Um pacote de arroz bem como outro de feijão passaram por uma etapa de beneficiamento −̶ portanto, uma etapa industrial. Arroz integral, vendido nos supermercados, tem ao menos uma etapa desse processo, pois é preciso empacotá-lo. Alimento in natura, totalmente, só direto no produtor.  Por isso mesmo é que Michael Pollan dá sugestões como organizar sua própria horta, por exemplo.

 

Algumas regras não são assim tão evidentes, de tão acostumados estamos a fazer coisas ao mesmo tempo em nos alimentamos.  Vejamos:

 

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Não compre seu combustível no mesmo lugar em que compra o de seu carro.

 

O "nosso combustível" é o alimento, pão e leite, por exemplo. O do carro é gasolina ou álcool. Então a regra é clara: não se alimente no posto de gasolina. Por quê? Ali só encontraremos lanche e guloseimas, certamente.

 

Outras regras interessantes que devemos seguir (para se ter uma boa e saudável alimentação):

-Cozinhe;

-Coma refeições;

-Não tente repetir o prato;

-Coma menos e passe mais tempo preparando do que comendo;

-Coma devagar (acho ótima esta);

-Coma apenas se estiver com fome;

-Tome um copo de vinho no jantar;

-Tome suplementos apenas se for necessário e com recomendação médica;

-Não coma cereais matinais que alterem a cor do leite (evitando os aditivos, que nada ajudam na alimentação, só na estética);

-Coma peixes e alimentos silvestres;

-Coma alimentos cultivados em solo saudável (importante: evitar alimentos com excesso de fertilizantes e agrotóxicos; difícil? tente descobrir...);

-Como de tudo (como um onívoro, mas sem exagero);

-Como animais que se alimentaram saudavelmente (difícil encontrar isso no supermercado);

-Faça refeições coloridas (sem aditivos −̶   com a cor natural do alimento; dica: vegetais diversificados colorem bem o prato);

-Como carne como ingrediente extra de ocasiões especiais −̶   Pollan está nos sugerindo quase fortemente que diminuamos a quantidade e frequência de carne (minha dica: isso vale bem para quem não tem anemia crônica ou outra deficiência nutricional do corpo; consulte um médico);

-Como vegetais, mas especialmente folhas (ajudam a reter os nutrientes por mais tempo no corpo);

-Compre seus lanches na feira e fuja do supermercado (ingerir frutas como lanche é uma boa pedida, especialmente à noite, mas não muito tarde, pois frutas são bem diuréticas e vai fazer você ir ao banheiro na madrugada);

-Coma alimentos que possam ser ingeridos crus e que vão apodrecer −̶   não, não é para comer alimentos podres, mas aqueles podem apodrecer, tal como um abacaxi, por exemplo. Essa regra é para que se evite aquele pacote de biscoito que está do mesmo jeito daqui a um ano, de tantos conservantes possui;

-Evite alimentos anunciados na TV (uma excelente e simples regra);

-Evite alimentos que fingem ser o que não são −̶   tal como a margarina, que imita a manteiga e por muito tempo foi vendida como alimento superior. Não é;

-Evite alimentos com aqueles nomes impronunciáveis −̶   provavelmente são resultado de um bem estudado produto para enganar o consumidor;

-Evite alimentos que contenham alguma forma de açúcar na lista dos três primeiros ingredientes (pois claro, são os de maior quantidade; lembra daquele achocolatado que dá uma superenergia? Noventa por cento de açúcar);

-Esse eu gosto: evite produtos alimentícios que contenham xarope de milho com alto teor de frutose (produtos assim são altamente refinados, cuja concentração de açúcar é elevadíssima).

 

E  finalmente regra número um: coma comida.

 

Você vai se divertir, se informar e talvez economizar um bom dinheiro com este livro, pois se seguir tais regras vai poder dispensar aquelas dietas caras e malucas que proliferam por aí. Na dúvida, consulte seu médico após ler este livro e fale dele. Se você é vegetariano, vegano ou onívoro consciente, dê este livro de presente para aquele seu amigo que não consegue parar de comer bobagens (junk food).

 

Minha sugestão de livro deste autor: "O dilema do onívoro".  Trata-se de uma "aventura" em busca do alimento saudável, desvendando os procedimentos da indústria alimentar.

 

 

Apêndice: Sumário do livro.

 

INTRODUÇÃO

 

PARTE I

O que devo comer?

(Coma comida)

 

PARTE II

Que tipo de comida devo comer?

(Principalmente vegetais)

 

PARTE III

Como devo comer?

(Não em excesso)

 

AGRADECIMENTOS