Se comer ficou uma coisa bem complicada, então Michael Pollan −̶ aproveitando-se de toda sua experiência investigativa na área −̶ lista suas "regras" para uma alimentação saudável.
São sessenta e quatro
regras ao todo, sempre indicando uma alimentação que vai em direção ao mais
natural (dentro do possível) e menos, muito menos, em direção ao processado.
A indústria da
alimentação vende a ideia de nutrição em vez da de alimentação. Ora, coma
comida, diz Pollan. Especialmente vegetais não vendidos em pacotes ou qualquer
tipo de embalagem industrial.
O livro é
didaticamente divertido e altamente pedagógico no que diz respeito ao assunto.
Por exemplo, a
regra que diz:
"Não coma nada que sua avó não
reconheceria como comida."
Resume bem o que
livro tenta nos transmitir:
"Imagine sua avó (ou bisavó,
dependendo de sua idade) a seu lado enquanto você empurra o carrinho pelos
corredores do supermercado. Vocês estão em frente à gôndola de laticínios. Ela
pega um pacote de tubos de iogurte Go-GURT – e não tem a menor ideia do que
poderia ser aquele cilindro plástico de gel colorido e aromatizado. É comida ou
pasta de dente? Hoje há nos supermercados milhares de produtos com algum ar de
comida, que nossos ancestrais simplesmente não reconheceriam como comida. As
razões para evitar esses produtos alimentícios complicados são muitas, e vão
além dos vários aditivos químicos e derivados de milho e de soja que eles
contêm, ou dos plásticos em que normalmente são embalados, alguns provavelmente
tóxicos."
Como agora sabemos,
a indústria de alimentos processados abusa do sal, açúcar e gorduras. A regra
geral é que se evite todo alimento processado, nada que tenha passado por
alguma etapa industrial. É preciso um certo cuidado ao escolher. Um pacote de
arroz bem como outro de feijão passaram por uma etapa de beneficiamento −̶ portanto,
uma etapa industrial. Arroz integral, vendido nos supermercados, tem ao menos
uma etapa desse processo, pois é preciso empacotá-lo. Alimento in natura,
totalmente, só direto no produtor. Por
isso mesmo é que Michael Pollan dá sugestões como organizar sua própria horta,
por exemplo.
Algumas regras não
são assim tão evidentes, de tão acostumados estamos a fazer coisas ao mesmo
tempo em nos alimentamos. Vejamos:
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Não compre seu combustível no mesmo lugar
em que compra o de seu carro.
O "nosso
combustível" é o alimento, pão e leite, por exemplo. O do carro é gasolina
ou álcool. Então a regra é clara: não se alimente no posto de gasolina. Por
quê? Ali só encontraremos lanche e guloseimas, certamente.
Outras regras
interessantes que devemos seguir (para se ter uma boa e saudável alimentação):
-Cozinhe;
-Coma refeições;
-Não tente repetir
o prato;
-Coma menos e passe
mais tempo preparando do que comendo;
-Coma devagar (acho
ótima esta);
-Coma apenas se
estiver com fome;
-Tome um copo de
vinho no jantar;
-Tome suplementos
apenas se for necessário e com recomendação médica;
-Não coma cereais matinais
que alterem a cor do leite (evitando os aditivos, que nada ajudam na
alimentação, só na estética);
-Coma peixes e
alimentos silvestres;
-Coma alimentos
cultivados em solo saudável (importante: evitar alimentos com excesso de
fertilizantes e agrotóxicos; difícil? tente descobrir...);
-Como de tudo (como
um onívoro, mas sem exagero);
-Como animais que
se alimentaram saudavelmente (difícil encontrar isso no supermercado);
-Faça refeições
coloridas (sem aditivos −̶ com a cor
natural do alimento; dica: vegetais diversificados colorem bem o prato);
-Como carne como
ingrediente extra de ocasiões especiais −̶
Pollan está nos sugerindo quase fortemente que diminuamos a quantidade e
frequência de carne (minha dica: isso vale bem para quem não tem anemia crônica
ou outra deficiência nutricional do corpo; consulte um médico);
-Como vegetais, mas
especialmente folhas (ajudam a reter os nutrientes por mais tempo no corpo);
-Compre seus
lanches na feira e fuja do supermercado (ingerir frutas como lanche é uma boa
pedida, especialmente à noite, mas não muito tarde, pois frutas são bem
diuréticas e vai fazer você ir ao banheiro na madrugada);
-Coma alimentos que
possam ser ingeridos crus e que vão apodrecer −̶ não, não é para comer alimentos podres, mas
aqueles podem apodrecer, tal como um abacaxi, por exemplo. Essa regra é para
que se evite aquele pacote de biscoito que está do mesmo jeito daqui a um ano,
de tantos conservantes possui;
-Evite alimentos
anunciados na TV (uma excelente e simples regra);
-Evite alimentos
que fingem ser o que não são −̶ tal
como a margarina, que imita a manteiga e por muito tempo foi vendida como
alimento superior. Não é;
-Evite alimentos
com aqueles nomes impronunciáveis −̶
provavelmente são resultado de um bem estudado produto para enganar o
consumidor;
-Evite alimentos
que contenham alguma forma de açúcar na lista dos três primeiros ingredientes
(pois claro, são os de maior quantidade; lembra daquele achocolatado que dá uma
superenergia? Noventa por cento de açúcar);
-Esse eu gosto:
evite produtos alimentícios que contenham xarope de milho com alto teor de
frutose (produtos assim são altamente refinados, cuja concentração de açúcar é
elevadíssima).
E finalmente regra número um: coma comida.
Você vai se
divertir, se informar e talvez economizar um bom dinheiro com este livro, pois
se seguir tais regras vai poder dispensar aquelas dietas caras e malucas que
proliferam por aí. Na dúvida, consulte seu médico após ler este livro e fale
dele. Se você é vegetariano, vegano ou onívoro consciente, dê este livro de
presente para aquele seu amigo que não consegue parar de comer bobagens (junk
food).
Minha sugestão de
livro deste autor: "O dilema do onívoro". Trata-se de uma "aventura" em busca
do alimento saudável, desvendando os procedimentos da indústria alimentar.
Apêndice: Sumário
do livro.
INTRODUÇÃO
PARTE I
O que devo comer?
(Coma comida)
PARTE II
Que tipo de comida
devo comer?
(Principalmente
vegetais)
PARTE III
Como devo comer?
(Não em excesso)
AGRADECIMENTOS