GREENE, Graham. O terceiro homem. Trad. de Antonio Celso Nogueira. Porto Alegre/RS: L&PM, 2007 (1950).
Realizado
para roteiro cinematográfico, originalmente, como o próprio Greene o expõe no
prefácio do livro.
Este
foi elaborado a partir de uma sugestão, um escrito em bilhete encontrado pelo
autor posteriormente. Escreveu este livro como sinopse para o roteiro do filme,
pois:
"Para
mim é praticamente impossível redigir um roteiro cinematográfico sem antes
contar a história." (p. 11)
Neste
prefácio o autor revela também alguns detalhes do preparo do filme homônimo,
dirigido por Carol Reed e com Orson Welles atuando e assinando o roteiro em
conjunto com o autor e o diretor. Houve alterações, claro, em razão da
nacionalidade dos atores.
A estrutura do livro é enxuta, bem
a propósito para um roteiro. A história se passa no pós guerra de uma Viena
ocupada pelos aliados, tal como na Alemanha. A conduta dos personagens obedece
ao sistema de cada região sob ocupação. E é nesse clima tenso que a história se
desenvolve, com a narrativa em off bem apropriada para o cinema noir.
Greene
é o perfeito exemplo de autor comercial com qualidade literária indiscutível.
Uma prova de que é possível realizar boas coisas para o amplo mercado. Basta
abrir mão do lucro fácil e do vício das massas.
Frases:
"Sem dúvida há algo de falso num homem
que não aceita a calvície com elegância." (p. 38)
"As mãos dos culpados não tremem,
necessariamente; só em contos um copo cai da mão, revelando descontrole. A
tensão, com frequência, revela-se nos atos estudados." (p.42)
Observações sobre Kurtz, personagem
suspeito na história.
Abaixo, uma sinopse oficial da editora L&PM:
O terceiro homem é soberbamente ambientado na Viena pós-Segunda Guerra Mundial, dividida e governada por quatro potências estrangeiras: Rússia, Inglaterra, França e Estados Unidos. Rollo Martins, um romancista de segunda linha, chega à cidade sem um centavo sequer, para visitar Harry Lime, seu inescrupuloso amigo de longa data. Logo descobre que Harry morreu, e em circunstâncias muito suspeitas. Enquanto se faz passar por um célebre escritor, ele dá início à sua própria investigação e busca respostas à pergunta: o que Harry fez para merecer a morte?
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