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terça-feira, 19 de março de 2024

LAVA JATO EM PORTUGAL

O ex-primeiro-ministro José Sócrates, investigado (perseguido) na “operação Marquês”, há mais de dez anos, afirmou em entrevista ao jornalista Luís Nassif o mesmo que escreveu em curtíssimo artigo: “o Ministério Público venceu as eleições” ” (https://iclnoticias.com.br/o-dia-em-que-ministerio-publico-ganhou-eleicoes/). O agora ex-premiê, António Costa, foi citado numa investigação sobre corrupção, daquele órgão, fato que o levou a pedir demissão do cargo, prontamente aceita pelo Presidente Marcelo Rebelo de Souza. Os promotores estavam a investigar supostas irregularidades em concessões de duas minas de lítio, um projeto de central de produção de hidrogênio e um projeto de construção de um data center.

O caráter lavajatista é nítido: buscas, prisões e apreensões inclusive nas residências do ex-premiê, bem ao estilo, conforme informou a BBC News (https://www.bbc.com/portuguese/articles/crgpzxz3870o).

Essa onda Lava Jato faz parte de um projeto de empurrar a Europa para a direita, o mais possível. Qualquer governante que tentar sair dos trilhos, como o atual presidente da França, Emmanuel Macron, já o fez, sofre retaliações típicas da Guerra Híbrida, tal como no movimento dos “coletes amarelos”, que muitos ignoram e entendem ser apenas um movimento espontâneo. A Europa está assolada por vários tipos de crise, econômica, de energia, financeira: https://www.brasil247.com/blog/economia-de-guerra, o que favorece a ebulição desses movimentos, nada espontâneos.

Esse lavajatismo -- filho direto da cooptação dos MPs pela dita “Cooperação Internacional”, explicada muitas vezes pelo jornalista Luís Nassif (https://jornalggn.com.br/politica/as-anomalias-do-controle-da-pgr-sobre-a-cooperacao-internacional/) -- é acompanhado por forte operação psicológica (psyops), levada a cabo principalmente nas redes sociais (mas não só), por mãos de inúmeras instituições financiadas pelos vários órgãos dos EUA, inclusive Congresso.  Em alguns países, tal como já aconteceu com a Ucrânia, isso resultou em nítida operação de “regime change”. A ordem é empurrar a Europa para a extrema direita, o fascismo como limite. Descortina-se uma onde neoliberal no continente, seja arrochando países economicamente (tal como na Grécia) seja por reformas típicas dessa onda, como aconteceu na França, em seu regime previdenciário. O sistema de saúde ainda resiste, embora sob ataque (veja: https://pt.euronews.com/business/2023/12/14/em-que-paises-da-europa-as-despesas-medicas-estao-a-conduzir-a-pobreza).

Na outra ponta, mais diretamente, está a Rússia, declarada como “inimiga” pelo Partido Democrata nos EUA. A atual guerra entre Ucrânia e Rússia insere-se nesse movimento europeu de guinada à direita, onde a primeira, vista como um “pivot country” pela geopolítica norte americana, foi empurrada para o conflito. O objetivo é colocar a Rússia e seus aliados de joelhos, fragmentá-los e torná-los obedientes ao Império Norte Americano. Se alguém quiser ver nisso o interesse pelo corredor energético, petróleo e gás, não está errado. Os interesses, no entanto, vão mais longe, envolvendo inclusive a indústria bélica, que por sua vez tem uma certa importância na Ucrânia, um dos maiores exportadores de armas, afora a Rússia e EUA (SIPRI Arms Transfers Database, apud MONIZ BANDEIRA, A Desordem Mundial, p. 270)

Portanto, temos uma Europa cada vez mais arrastada economicamente para um embate que, pode sim, se transformar em uma guerra por procuração contra a Rússia, numa espécie de prenúncio de uma guerra mundial, se já não é assim. E todos podem e devem colaborar, segundo a política do Departamento de Estado norte americano. Ninguém escapará. 

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