No estilo de
romance policial, Padura reconstroi o assassinato de Trotski por Ramon
Mercader, ex-soldado revolucionário na Espanha republicana. Contratado pela
NKVD, Mercader, antes um ingênuo revolucionário, torna-se uma máquina de
obedecer e é por suas mãos que morreria Trotski, perseguido pelo Stalin ao
tempo de seu isolamento no poder, eliminando antigos e novos adversários. Não
da revolução, necessariamente, mas da concorrência pelo poder soviético.
Comentário.
Por meio de qual
alquimia um revolucionário se transforma numa máquina de matar e elimina outro
revolucionário? Como um bravo e romântico revolucionário é desconstruído e tornado num assassino? Como
o maior revolucionário da história é acuado até a última de suas forças e
eliminado em sua própria residência?
Essa é a história
de lutas e traições da luta, mas também da espiral revolucionária comandada
pelos bolcheviques, que souberam lidar com os reveses externos, mas também não
souberam comandar a luta e a construção interna da URSS. Stálin é apenas o
corolário dessa história.
O mérito de
Leonardo Padura é ter descrito essa história em romance policial,
magistralmente escrito de acordo com este estilo.
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