-- Ou: como nos transformar em estúpidos sendo tolos
Es.tú.pi.do. adjetivo.
1. Sem inteligência, sem discernimento
(projeto estúpido, indivíduo estúpido). 2.
Sem ação, transtornado, atacado de estupor:
"Notei o pasmo com que meu pai ouviu, e fiquei de pedra, estúpido de dor, ao ouvir-lhe esta sentença..."
(Camilo Castelo Branco, As três irmãs) 3. Que é excessivo ou insuportável: um calor estúpido o
deixou exausto. 4. Bras. Que demonstra grosseria, brutalidade: Era muito estúpido com os subordinados. Substantivo masculino. 5.Indivíduo grosseiro, brutal: Estúpido aqui não tem vez, aqui
vale a boa educação.[Aum.: estupidarrão] [F.: Do lat. stupidus.]
Fonte: Dicionário Novíssimo Aulete, Lexikon, 2011, p. 619.
Este termo pode
expressar uma "qualidade" - estupidez, mas também define uma
patologia na ciência psicanalítica:
Estupidez. (...) Limitação nos processos
ideativos e na capacidade de julgar.
Fonte: GALIMBERTI, Umberto. Dicionário de Psicologia. São Paulo, Loyola, 2010 (1992). p.
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Sendo
um adjetivo ou uma patologia, o termo parece bem referir aqueles que sairão
formados das escolas se a ideia do Escola sem Partido vingar e uma tal
legislação desse tipo vigorar. A MP (medida provisória) da Reforma da
Educação, convertida agora em Lei ( Nº 13.415,
DE 16 DE FEVEREIRO DE 2017), nada mais é que um atendimento às reivindicações gerais
da ESP e um preparo para reformas baseadas em seus pressupostos. Quem se
dispuser a ler atentamente a lei e conhecer um pouco da LDB poderá perceber as
contradições, pois se aplicada, a nova lei esfacela o ensino de humanidades.
Obviamente, ao diminuir a grade e oferecer disciplinas como optativas, haverá
diminuição de profissionais alocados para essas áreas. O que, por sua vez,
fará com que se diminua a procura destas disciplinas por parte dos alunos. Um
ciclo redutor entre oferta e procura, levando a um esvaziamento no ensino
delas.
Isso sem mencionar
que a Lei quer promover mudanças sem que a base material necessária esteja
pronta. Aumento da carga horária exige mais escolas. Os governos estaduais
estão fechando escolas. Querem diminuir o teto de gastos, que incluirá os com
a educação. Como será promovida tal reforma na educação, em termos práticos?
Como se diria
popularmente, no papel suportam-se todas as ideias. Mas parece que estamos
vendo algo típico do nacional ao adotar
as boas intenções primeiro para depois observar o que sucede na prática.
Resultado: muda aquilo que pode mudar, em termos práticos imediatamente; o
resto, virá (espera-se) depois. E o que se pode mudar imediatamente é a base
curricular, a BNCC, em sua grade. Ponto para o ESP, que quer nos tornar
estúpidos, tanto qualitativamente quanto patologicamente, pois é assim que
entendo em que transformarão as gerações futuras após tais mudanças. Formar
para a profissão? Quais? Em quais condições? Se vão oferecer cursos técnicos a
estrutura já está sendo providenciada, tais como laboratórios, etc? Alguma
garantia de que esse cursos serão os mais modernos e adequados com as rápidas
revoluções tecnológicas que se sucedem atualmente?
Fontes na internet:
Para saber um pouco
mais, sugiro, além das fontes na internet, o seguinte livro:
"A ideologia do movimento Escola Sem Partido.
20 autores desmontam o discurso." , São Paulo, Ação Educativa Ed.,
2016.
Em tempo.
Segundo Deonísio da
Silva, em seu "A vida íntima das
palavras" (ed. Arx, 2002), do latim
stupidu - admirado, "passou
a significar tolo porque os muito bobos se espantam com tudo, dada a sua falta
de conhecimento." (p.187)
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